Peça narra a jornada de um filho que, ao investigar as memórias da mãe, encontra a si mesmo.
 
       
  
  Foto: Ronaldo Gutierrez
A partir do livro Triste não é ao certo a palavra, escrito por Gabriel Abreu e publicado em 2023 pela Companhia das Letras, Nicolas Ahnert estreia como dramaturgo e diretor na peça Triste! Triste… Triste?, que narra as angústias de um jovem vivendo um luto anunciado, ao descobrir que sua mãe tem apenas um mês de vida. A montagem está em cartaz no Teatro Do Núcleo Experimental.
O espetáculo amplia o universo do livro para explorar os anseios de uma geração anestesiada em busca de sua própria identidade. Muitas perguntas assombram o personagem, no solo vivido pelo ator Thalles Cabral, em uma busca urgente de conhecer a profunda essência da mãe, resgatando e reescrevendo suas memórias, enquanto se depara com a sua própria vulnerabilidade.
 
       
  
  Foto: Ronaldo Gutierrez
A peça parte, portanto, de um dos maiores dilemas humanos para expor essa crise identitária: a perda da figura materna. O corpo inerte da mãe lança o protagonista nessa autoinvestigação desesperada, explorando as consequências da orfandade prematura na formação do seu caráter. Apesar de tocar em camadas profundas, a peça também traz leveza, requintes de humor e cinismo na construção da personalidade e das vivências do personagem, cuja concepção foi a grande inspiração do autor.
O encontro de Nicolas Ahnert com o texto se deu de maneira totalmente casual. Ao se deparar com o livro durante um despretensioso passeio à livraria, prontamente se interessou pelo título, sinopse, orelha, até devorá-lo por completo. “Assim que terminei a leitura me veio a ideia de transformar o texto em uma peça. Entre muitas coisas que me chamaram a atenção, tem um hibridismo na linguagem, por usar de recursos como cartas, bilhetes, lembretes, fotos. Ele consegue costurar uma história linear com outros elementos, para além da própria narrativa, e isso soou para mim muito teatral”, pontua.
 
       
  
  Foto: Ronaldo Gutierrez
Inspirado pela história de Triste não é ao certo a palavra, o autor e diretor buscou não simplesmente representá-la no palco, mas sim criar uma outra narrativa, focada principalmente em desvendar esse filho, para além do que já existe na literatura original, revelando a profundidade da dor que o atravessa, mesmo quando escondida em seu comportamento cínico e aparentemente arrogante, em alguns momentos. “Meu maior interesse foi desenvolver esse personagem, e a liberdade dramatúrgica que o Gabriel me deu foi fundamental para isso. Para mim era importante que o público pudesse enxergar e entender a dor desse filho, para além do luto. Identificar nele um personagem humano, complexo, e não um herói ou uma vítima. Desejo que as pessoas possam se reconhecer em alguma medida e sair tocadas do teatro”, ressalta.
Ficha técnica:
Texto e Direção: Nicolas Ahnert
Elenco: Thalles Cabral
Cenário e Figurino: Pazetto
Iluminação: Nicolas Caratori
Trilha Sonora: Alê Martins
Direção de produção: Nicolas Ahnert
Produção: Laura Sciulli e Victor Edwards
Realização: ZERO TEATRO
TRISTE! TRISTE… TRISTE?
 
       
  
  Foto: Ronaldo Gutierrez
Temporada: Até 30 de Novembro
Horário: Outubro (Sábados, às 20h | Domingos, às 19h) | Novembro (Sábados, às 20h | Domingos às 19h | Segundas, às 20h)
Local: R. Barra Funda, 637 - Barra Funda
Ingressos: R$80,00 (intera) | R$ 40,00 (meia)
Classificação: 14 anos
Duração: 70 minutos
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