Com direção de Carla Zanini, espetáculo estreia no CCSP.
Foto: Rafaela Guitel
Em uma tentativa de reconexão com o pai, num reencontro familiar caótico e constrangedor, uma mulher compartilha suas vivências eróticas e afetivas. Partindo da ideia de que é possível haver outras formas de viver como mulher, para além do que é socialmente esperado, Pâmela Côto</;b> criou o solo Mamão Papai. Com direção de Carla Zanini, o trabalho estreia no CCSP - Centro Cultural São Paulo. Depois, faz apresentações no Teatro Arthur Azevedo em novembro.
Além da temporada, o projeto amplia sua atuação com a realização de três workshops gratuitos que acontecem entre outubro e novembro no CCSP, na Casa de Cultura do Butantã e no Teatro Arthur Azevedo. As atividades abordam dramaturgia, com a escritora Maria Isabel Iorio; produção executiva, com a produtora cultural Thaís Venitt; e direção cênica, conduzida por Carla Zanini, oferecendo diferentes perspectivas sobre a criação artística e promovendo a troca de experiências entre artistas, público e novos profissionais interessados em se aproximar das artes cênicas. Informações e links para inscrição no perfil @mamaopapaiteatro.
Foto; Rafaela Guitel
Na trama da peça, que tem colaboração dramatúrgica de Maria Isabel Iorio, uma mulher atravessa memórias eróticas e afetivas, em uma tentativa de reconexão com o pai, depois de anos de silêncio, num reencontro familiar. A protagonista relembra histórias de afetos que são atravessadas por diversas formas de violência, principalmente envolvendo figuras masculinas. “Mas ela precisa reconstruir essas narrativas e, nessa trajetória, resgata muitas memórias eróticas, que trazem o prazer numa perspectiva ativa, questionando o seu papel social esperado. A peça é uma ode à vida, ao direito de amar, de gozar e de celebrar”, comenta Pâmela.
Para a criadora do espetáculo, a personagem está em constante tentativa de ruptura com uma feminilidade padrão, com um papel de gênero tradicional. “Ela traz à tona as suas experiências, como um grande jorro, um confronto, à medida que busca alguma conexão com o pai: que abandona a sua função quando sua esposa, a mãe, resolve se separar. Ali fica evidenciado o enorme hiato na relação desse homem com a filha”, acrescenta.
Com assistência de direção de Giuliana Maria e preparação de elenco de Felipe Rocha, a direção de Zanini explora no diálogo atriz-platéia essa troca intensa, sem filtros e recheada de dor e humor. “O texto investiga também a violência em sua dimensão menos óbvia: aquela que se manifesta no silêncio. Em contraponto a esse silêncio, a trajetória da protagonista se revela como um percurso turbulento e intenso, cheio de contradições e afetos, que afirma a possibilidade de existir em plenitude — com tudo o que a vida entrega. E é a partir dessa complexidade infinita que é viver que a montagem percorre essa montanha-russa de sentimentos” conta a diretora.
Foto: Rafaela Guitel
O nome Mamão Papai faz também referência a uma árvore e o seu fruto, representando uma narrativa capaz de presentificar os buracos. A ausência paterna provoca uma tentativa de reconstruir os contornos de uma figura masculina borrada, que provoca amor, raiva e sentimento de abandono.
Nesse contexto, todas as masculinidades retratadas no solo são alegóricas, simbolizando as situações estruturantes das experiências femininas. E a protagonista não tem nenhum tabu ao se expor para a plateia.
A iluminação de Sarah Salgado, o cenário de Celina Lira e o figurino de Andy Lopes, não apenas constroem o espaço concreto onde a protagonista reencontra seus familiares, como configuram esse ‘não-lugar’ onde suas vivências se expandem e se tornam território de delírio.
Nesse mesmo jogo, a trilha sonora criada por Mini Lamers e as projeções de Julia Ro abrem novas camadas de sensações e memórias, atravessando passado e presente, revelando novas dimensões da história e subjetividade da personagem. Cada elemento — luz, imagem e som — compõem esse imaginário que se desenrola até o momento presente, surpreendendo o público com elementos inesperados e transportando-o para o universo íntimo e complexo desta mulher.
Ficha Técnica:
Criação, Dramaturgia e Atuação: Pâmela Côto
Direção: Carla Zanini
Colaboração Dramatúrgica: Maria Isabel Iorio
Interlocução Dramatúrgica: Amanda Lyra
Assistência de direção e Preparação Corporal: Giuliana Maria
Cenário e Direção de Arte: Celina Lira
Iluminação: Sarah Salgado
Operação de Luz: Laysla Loyse
Figurino: Andy Lopes
Trilha Sonora e Operação de som: Mini Lamers
Preparação de atuação: Felipe Rocha
Colaboração coreográfica: Débora Veneziani
Videografia: Julia Ro
Operação de vídeo: Julia Ro | Lui Cavalcante | Talbone
Identidade Visual, fotos e vídeos de Divulgação: Rafaela Guitel
Designer Gráfico: Thainá Carline
Redes Sociais: Jorge Ferreira
Assessoria de Imprensa: Canal Aberto - Márcia Marques, Daniele Valério e Flávia Fontes
Produção: Corpo Rastreado | Gabs Ambròzia
Produção Executiva: Thaís Venitt
Assistente de Produção: Bento Carolina
MAMÃO PAPAI
Foto: Rafaela Guitel
CENTRO CULTURAL SÃO PAULO
Temporada: De 15 a 19 de Outubro
Horário: Quarta a Sexta, às 20h | Sábado e Domingo, às 18h e às 20h
Local: Rua Vergueiro, 1000 - Liberdade
Ingressos*: Gratuito | Reserve aqui
Duração: 70 min
Classificação: 16 anos
*Retirada online 1 dias antes de cada evento ou no dia presencialmente na bilheteria 2h antes
- Debate ao final do espetáculo das 20h (quando a sessão for dupla) - Exceto os dias 15/10 no CCSP e dia 06/11 no Arthur Azevedo
TEATRO ARTHUR AZEVEDO - SALA MULTIUSO
Temporada: De 06 a 16 de Novembro
Horário: Quarta a Sexta, às 20h | Sábado e Domingo, às 18h e às 20h
Local: Av. Paes de Barros, 955 - Alto da Mooca
Ingressos: Gratuito | Retirada uma hora antes do início na bilheteria
Duração: 70 min
Classificação: 16 anos
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