Espetáculo configura-se como uma reunião secreta para derrubar Creonte.
 
       
  
  Foto: Lígia Jardim
O Teatro vai se transformar em uma célula de resistência, um espaço de luta contra a tirania de Creonte, um governante religioso de extrema direita. Esse é o ponto de partida do novo espetáculo da diretora, atriz, dramaturga e transpóloga Renata Carvalho, "Antígona Travesti".
Criado como uma espécie de reunião secreta, o trabalho circula por locais como a Vila Maria Zélia, o Teatro Taib, a Casa 1, o Teatro de Arena Eugênio Kusnet e a Ocupação Nove de Julho. Interessados em participar deste movimento político deverão escrever diretamente para Antígona no Whatsapp +55 11 94067‑3441. Somente assim saberão a data, o horário e o local do encontro.
Com texto da própria Renata, a peça amplia as discussões presentes na tragédia grega. Na trama, Creonte acaba de consolidar um golpe de Estado na megalópole Tebas. É lá que Antígona cuida de uma ONG dedicada ao acolhimento de pessoas trans.
 
       
  
  Foto: Lígia Jardim
Quando sua filha Policine, uma travesti de 23 anos, é brutalmente assassinada no centro da cidade, a personagem-título precisa lutar por seus direitos: o tirano proibiu o sepultamento da jovem com roupas femininas, negando, inclusive, seu nome na lápide. Inconformada, a protagonista começa a organizar reuniões secretas entre todas as travestis e mulheres trans de Tebas.
Para contar essa história, Antígona, interpretada por Renata, está acompanhada por um Coro Travesti formado por Alice Guél, Andreas Mendes, Ave Terrena, Ayo Tupinambá, Daniela D´eon, Maria Lucas e Thays Villar.
“Além da obra de Sófocles, fui inspirada pelo livro O Parque das Irmãs Magníficas, da argentina Camila Sosa Villada; pelo espetáculo musical Gota d´Água, de Chico Buarque, Paulo Pontes e Gianni Ratto, baseado em Medeia; por Mau Hábito, da espanhola Alana S. Portero, e por fatos reais acontecidos no Brasil, como a Operação Tarântula, criada em 1987 pela polícia de São Paulo para perseguir e eliminar travestis; e a morte da travesti Qelly da Silva, em Campinas, que teve seu coração arrancado e substituído por uma santa”, conta a diretora e dramaturga.
 
       
  
  Foto: Lígia Jardim
Apesar de retratar a violência, Antígona Travesti é um espetáculo com narrativa positiva. A personagem-chave é uma traviarca afetuosa e protetora, como a tia Encarna, de O Parque das Irmãs Magníficas. “Eu queria construir um novo olhar sobre a coletividade trans”, acrescenta.
Visualmente, o trabalho recupera o que seria uma reunião secreta na época da ditadura militar. Por isso, a iluminação será formada por uma luz geral branca e outra amarela. Da mesma forma, a trilha sonora será enxuta, com apenas uma música que terá um tom celestial.
O espetáculo nasceu a partir de um pedido da atriz Leila Pereira Daianis, que há mais de 30 anos dedica-se a resolver problemas sociais das mulheres e da população LGBTQIAPN+ na Itália. Atualmente, ela é presidente da Associação Libellula, uma entidade responsável por oferecer assistência médica, psicológica e jurídica principalmente aos transexuais, às mulheres e aos imigrantes.
Inclusive, a primeira leitura dramática da peça aconteceu em Roma, em dezembro de 2024, e contou com as presenças cênicas de Barbara Rodrigues, Mel Campos, Raissa Dubrahalém e de Leila e Renata.
Ficha Técnica
Direção e texto: Renata Carvalho
Iluminação: Juliana Augusta Vieira
Produção: Gabi Gonçalves, Rodrigo Fidelis - Corpo Rastreado
Elenco: Alice Guél, Andreas Mendes, Ave Terrena, Tupinambá, Daniela D´eon, Maria Lucas, Renata Carvalho e Thays Villar.
Assessoria de imprensa: Canal Aberto - Márcia Marques, Daniele Valério e Carina Bordalo
ANTÍGONA TRAVESTI
 
       
  
  Foto: Lígia Jardim
Temporada: 16 de Outubro a 30 de Novembro
Ingresso: R$80,00 (inteira) | R$40,00 (meia-entrada) | R$25,00 (ingresso amigo)
Duração: 60 minutos
Classificação: 16 minutos
- *É preciso comprar/ reservar o ingresso pelo Whatsapp +55 11 94067‑3441
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