Em "17x Nelson - onde os canalhas pagam por seus crimes", 18 jovens artistas desfilam por 50 personagens em variadas situações.
 
       
  
  Foto: Rai do Sol | Inbox Cultural
Com um ponto de vista inédito, o diretor Nelson Baskerville dirige seu olhar contemporâneo e provocador ao espetáculo 17x Nelson - onde os canalhas pagam por seus crimes em que reúne fragmentos originais das 17 peças de Nelson Rodrigues, das mais conhecidas do público até as mais estudadas pela crítica.
No palco, 18 artistas de diferentes formações e experiências, interpretam 50 personagens. De imoral a imortal, o maior – e mais polêmico – dramaturgo brasileiro passa por um período de renovação entre as novas gerações e vive um boom de montagens e releituras sobre a sua obra. O diferencial do espetáculo está na narrativa ao mostrar, em quase todas as cenas, que os canalhas sofrem as consequências, com a falha trágica de cada anti-herói. A peça dialoga com o momento político sem a ambição de ser panfletária ou didática. Apenas revela o lado hediondo que todo ser humano possui.
 
       
  
  Foto: Rai do Sol | Inbox Cultural
Esta é a terceira edição de um projeto artístico criado em 2005 por Nelson Baskerville e a AntiKatártiKa Teatral (AKK), que marcou a cena cultural ao revisitar a obra de Nelson Rodrigues de forma inovadora. As anteriores foram O Inferno de Todos Nós (família como foco, parte 1, 2005) e Se não é eterno, não é amor (amor e morte – parte 2, 2012). Para Baskerville, a obra de Rodrigues mantém uma urgência inegável na sociedade brasileira. “Nos anos 40, o dramaturgo começou a detectar esse tipo brasileiro, racista sem parecer ser racista, homofóbico sem parecer homofóbico, misógino sem parecer, ou seja, uma vida onde as pessoas usam máscaras. Em suas peças, Nelson faz cair essa máscara, e é este o olhar mais apurado que mostramos agora em 17 vezes Nelson."
O diretor relaciona o tema da peça ao momento atual do país: “Estamos vivendo realmente o final de uma tragédia, e espero que dessa vez os canalhas paguem por seus crimes". Baskerville defende ainda a relevância perene da obra rodriguiana, que continuará a estudar e encenar “até morrer”. Explorar as complexidades da alma humana, na opinião de Baskerville, é o que torna Nelson Rodrigues um autor obrigatório para a educação brasileira. "Já disse várias vezes, Nelson Rodrigues tinha de ser estudado nas escolas, assim como o inglês é alfabetizado com Shakespeare; o francês, com Molière, o alemão, com Goethe. O ensino médio deveria ter uma matéria sobre Nelson Rodrigues para entendermos a sociedade”, diz o encenador.
 
       
  
  Foto: Rai do Sol | Inbox Cultural
Nesta montagem, a ordem das peças não segue uma linha cronológica como nas duas primeiras edições da trilogia. "A passagem de uma peça para outra é praticamente sem intervalo", explica Nelson. Trata-se de um "grande desfile de personagens e situações". O diretor explica que, desta vez, a disposição das cenas foi determinada pela própria encenação e pela dinâmica do elenco, formado em sua maioria por jovens atores. Ele acredita que a juventude do elenco fortalece a veiculação da obra do "maior autor brasileiro". "O papel aqui do encenador é realmente abrir o olhar, a mente, dos jovens artistas para a obra do Nelson, que sempre estará em voga, sempre será moderna e contemporânea."
O cenário, idealizado pelo próprio Baskerville, é composto por estruturas móveis que funcionam como um andaime, permitindo a criação de várias ambientações em poucos segundos. Já os figurinos, assinados por Davi Parizotti, mesclam elementos de diferentes décadas, dos anos 40 a 80, com uma "mistura de elementos de época com contemporâneos", dialogando com a proposta de uma obra sempre atual. A trilha sonora, tão eclética quanto a obra de Nelson, vai da ópera ao eletrônico, passando pela música brasileira e o tango.
Ficha técnica:
Texto: Nelson Rodrigues
Direção: Nelson Baskerville
Preparadora Artística: Brunna Marques
Coreografia: Nelson Baskerville
Trilha Sonora: Nelson Baskerville
Iluminação: Fe Azevedo e Manu Nahas
Operação de luz: xxxxx
Operação de Som: Luis Henrique Santos
Figurino: David Parizotti
Design e Ilustração: Isabela Durão
Assessoria de Imprensa – Arteplural/ M Fernanda Teixeira e Maurício Barreira
Arte e Comunicação Digital: Isabela Pazzetti e Amanda Gonzaga
Produção executiva: Leonardo Miranda
Direção de produção: Isabela Pazzetti
Assistente de Produção: Luana Melo e Carol Rainatto
Realização: A7 Features LTDA
17x NELSON - ONDE OS CANALHAS PAGAM POR SEUS CRIMES
 
       
  
  Foto: Rai do Sol | Inbox Cultural
Temporada: De 01 a 30 de Novembro
Horário: Sábados, às 19h | Domingos, às 20h
Local: Rua Barra Funda, 519 - Barra Funda
Ingressos: R$60,00 (inteira) | R$30,00 (meia)
Duração: 120 min
Lotação: 65 pessoas
Classificação: 18 anos
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